Imagens: Garça-branca-grande (Ardea alba), Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus)/Cláudio Gontijo

sábado, 25 de outubro de 2014

A coragem tem cor











Não é o objetivo deste pequeno espaço tratar de temas relacionados ao terreno baldio da política nacional. Nunca pude assimilar a lógica perversa que vai cerceando toda a boa vontade e semeando a discórdia em todas as esquinas partidárias. Já não há vencedores e vencidos neste universo das vaidades, eles apenas transitam entre os lucros financeiros e os prejuízos a serem repostos em novo pleito. Mas a indignação é como a Fé, em alguma volta de nossa jornada iremos experimentá-la ou vamos deixar para trás a energia que nós mantem acordados.



Os últimos anos trouxeram a minha doce Ana. Agora tenho medo de confundi-la neste país de podridão e impunidade. Resolvi torcer por dias melhores. Dias mais oxigenados, mais livres das bombas que vem minando a corrida dos simplórios, dos miseráveis que vivem à margem de qualquer sentimento esperançoso. Vou lendo todos os artigos, todas as páginas dos noticiários cibernéticos que se estampam diante de mim na mudança das telas. Talvez inconscientemente, vou idealizando um futuro onde é possível contemplar partidos políticos menos revolucionários e mais responsáveis. Menos populistas e mais solidários. Menos corporativistas e mais acessíveis. 



Não pretendo deixar sem cor o meu voto. Ainda que eu tenha muita desconfiança diante da volatilidade dos ideais parlamentares. Mesmo quando não souber os nomes ou os números, ou as siglas, ou os salários. Penso novamente na minha filha, penso que preciso agir rápido, usar a verdade como remédio para a amargura apartidária. Quero deixar para ela um exemplo mais nítido, mais alegre; de coragem. De crença em um país que superou todas as tempestades, e calmarias.