Imagens: Garça-branca-grande (Ardea alba), Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus)/Cláudio Gontijo

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Entre a lamúria e o sorriso


Leva tempo para podermos sorrir como as flores.








Sorrir em sorrisos largos, de olhos rasos de lágrimas, por alegria e boa vontade, é tarefa para muitas caminhadas. Porque o tempo nem sempre amanhece em dias claros, de cores e luz. Porque o tempo nem sempre nos afaga em brisa leve.

Nem sempre há sorriso quando entregamos ao outro uma parte do que vamos utilizar, tornando um pouco menor o nosso pão. A caridade é longa  jornada até chegarmos à decisão da partilha.

Enxergar com piedade não é tão simples como o riso. E não haverá alegria até que possamos notar aqueles que perambulam por caminhos de brasas e espinhos; perdidos pelo vício, pela violência, pela descrença, pelo rancor, pela miséria espiritual.

Arrumar a veste simples, tosca e desbotada, e seguir dignamente o trilho da esperança é decisão trabalhosa, nem sempre alegre. Porque o caminho para a doação é largo quando estamos vestidos com o linho, mas pode ser penoso quando não temos o cobertor que precisamos.

Sorrir em verdade e amor é decisão para toda uma existência, é busca abençoada. Abençoada na medida em que aprendemos a agradecer com sinceridade. É graça quando nos guiamos pela Fé.







Texto e imagem: Cláudio Gontijo/Lassance-MG