Hoje pude observar os seus movimentos.
Haviam passos que caminhavam até sem cuidado.
Rápidos, resolvidos.
Às pressas, quase sempre às pressas.
É que o seu cuidar não se limita.
É mistério, é vasto.
Mãe.
Em memórias fragmentadas,
e agora junto a estas frustradas linhas,
tentei novamente, hoje, aproximar-me do seu zelo,
do seus sentimentos.
É bom tentar sempre.
Porque são muitos os que desejam experimentar, entender a sua ternura,
que deixa os desejos próprios.
Parece ir se purificando com o passar das horas.
E plena, como certamente deve ser,
volta-se em todo o tempo para aquele que, ao se criar em vosso ventre,
em vosso coração,
torna-se a maior parte da sua existência.
Não pude limitar o seu acolhimento.
É sobrenatural.
Não se apalpa.
Vejo mesmo é que doa tudo de si sem qualquer estanque,
sem desejo de troca,
em amor sem igual.
Amor que não é vaidoso,
que não desanda.
Amor que não reclama,
não se aflige.
Amor que é vida,
como a vida quer.
Como a vida vai mesmo ser.