Há alguns anos atrás em um asilo, pude observar com clareza a rotina de alguns idosos. Seus amigos haviam partido, muitos dos seus familiares também. Os que ficaram estavam distantes. Naquela solidão eles queriam a aproximação do outro. O colega de quarto, o vizinho da cama ao lado, da cadeira próxima nas tardes de sol na varanda. Aqueles internos, de uma outra geração, tinham uma tarefa difícil; o outro para eles era um estranho, não sabiam a origem, qual era a família, qual teria sido a ocupação nos tempos de juventude.
Muitos de nós já podemos estar em um asilo psicológico. Talvez já tenhamos encaminhado alguns de nossos amigos, familiares, colegas de trabalho para o mesmo isolamento. O individualismo e o jogo por novas oportunidades faz com que nós banalizemos as aspirações do outro. Quando nos sentimos ameaçados; ignoramos, maldizemos, limitamos, agredimos, afrontamos. Isolamos e nos deixamos isolar. É a solidão que cria o vazio incômodo.
Ao contrário daquela geração com idade avançada, limitada em suas ações, que insistimos em estimular exageradamente sem perceber que eles precisam da paz e do descanso, nós temos mais vigor, capacidade maior de aceitação, menos desconfiança. É possível para nós, sempre, uma retomada. É muito mais difícil para eles. É possível a recusa pelo caminho para os portões do asilo que nós construímos. Para nós e para o outro.
Oração
Senhor, afasta-nos do egoísmo que limita a nossa clara visão,
para com nós mesmos e para com aquele que, junto conosco, precisa deixar o isolamento.
Não permita que nos distanciemos de nossa origem de luz,
que nos isolemos dos princípios da boa vontade,
da caridade e da fé.
Que nós tenhamos sempre em mente a necessidade do amor incondicional.
Um comentário:
Não faça ao outro o que não queres que façam contigo,
seu artigo me lembrou na hora deste versículo.
http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/
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