Imagens: Garça-branca-grande (Ardea alba), Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus)/Cláudio Gontijo

domingo, 11 de dezembro de 2016

Muito pobres



Os caminhos que levam à serenidade não costumam ser serenos. São confusos e cheios de provações, experimentos falhos. Muitos são ilusórios. As jornadas são longas, muito longas, e nos parecem intermináveis. 

Muitos em suas situações tortuosas e viciadas, amaldiçoados, são alguns dos que experimentaram a paz. Durante os seus erros, à margem da existência comum, mantiveram a mansidão e enxergaram a suas imperfeições com paciência. Foi preciso caridade, com os que tropeçavam e consigo próprios.

Aqueles que se contentaram com os seus pertences, mesmo pobres, puderam carrega-los sem qualquer dúvida. Não tiveram a vergonha de expor vestimentas e sonhos simples. Não tiveram medo de mostrar sinceridade, mesmo sob teimosia e descrença.

Após diversas tormentas, sob o solo da miséria, ainda se manteve a esperança.  Muitas formas de preconceitos caíram durante a provação, muitas formas de amizade nasceram do sofrimento, muitas vasilhas de alimento chegaram durante a fome.












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