Quase sempre tentamos retornar ao que imaginamos ser acolhedor. Temos profunda necessidade de compreensão e calor.
Um dia já choramos desejando voltar ao útero, sem querer deixar os fluídos que nos protegeram. E depois da ruptura, sonhamos com a mesma proteção que já esteve ao nosso dispor.
Seguimos e teimamos com amizades desgastadas, gestos repetitivos, doentios, e planejamos nos manter confortáveis como em tempos que já se foram.
E quando nos damos conta de que a vida vai se alterando e as margens vão ficando submersas, resta-nos o que armazenamos na Alma, referências eternas que juntamos, verdades imutáveis. Resta a nossa própria companhia e a certeza de que somente a Fé nos manterá vivos.
A Serra do Cabral. Imagem: Cláudio J. Gontijo/Lassance-MG |
Hoje, já não possuo tantas alternativas. Elas foram sendo naturalmente afuniladas com o passar dos anos. Mas as boas escolhas de outrora me conduziram para onde eu gostaria de estar. E mesmo em clima, às vezes árido, tenho o privilégio de estar junto à natureza exuberante. Aqui vou executando a jornada.
De pé, às margens do Rio, ou caminhando pelo sertão de Jatobás e Pequizeiros, ouvindo o Curiango em noites de Deus e Paz, estou vivo, porque não perdi a Fé.
O crepúsculo, de onde ouço o curiango. Imagem: Cláudio J. Gontijo/Lassance-MG |
4 comentários:
Sem palavras ...
Obrigado pelo carinho. Estamos aqui junto à natureza. Bjo.
Cláudio, quanto sentimento embutido em suas filosóficas e verdadeiras palavras!
A cada dia mais lhe admiro e respeito, desejo-lhe não resignação mas, realizações de seus desejos e vontades! Paz e Bem!
Bonito texto; a fé também é algo que para cada um a relação com ela
é diferente mas há de se aprender com estudo e reflexões; e tem coisas que só
a maturidade nos dá.
Mas também podemos aprender com os exemplos e condutas.
Fé: algo de extrema importância mas que não é fácil seu entendimento.
janicce.
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