Imagens: Garça-branca-grande (Ardea alba), Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus)/Cláudio Gontijo

segunda-feira, 2 de março de 2020

Columba livia, pombos perigosos: ornitoses por fungos, bactérias

Uma das espécies mais comuns de pombos que se adaptaram ao ambiente urbano é a chamada Columba livia. Na cidade eles encontram alimento em maior quantidade, são tolerados pela população e não são incomodados por predadores. Normalmente, na natureza, fazem ninhos em locais altos, de pouco acesso e  alimentam-se de sementes e grãos. Fora do seu habitat eles buscam o interior dos telhados, forros, de casas mais altas, para moradia e reprodução.


Os pombos buscam alimento em diversos lugares

Vivem em grupo e podem localizar com precisão seus pontos de reprodução mesmo quando se afastam a dezenas de quilômetros. Um casal se reproduz 4 a 5 vezes por ano com dois ovos em média por ninhada. Em duas semanas os ovos eclodem e os filhotes voam em mais 4 semanas.  Quando identificam regiões de acesso para o seu acasalamento, atraem outros da mesma população. Quanto maior a disponibilidade de água e alimento maior é sua frequência reprodutiva. Como não possuem um paladar exigente para a alimentação, ingerem restos de comida deixada fora do interior das casas e até mesmo lixo.


O ninho em vãos do telhado.

Estas aves frequentam vários ambientes nas cidades e este é um dos fatores pelos quais costumam adquirir grande quantidade de fungos, bactérias. Os microrganismos podem contaminar a água e os alimentos. As fezes dos pombos secam e são espalhadas pelo vento podendo causar doenças como alergias, dermatites (erupções na pele e coceiras), ou mais graves como a criptococose, ornitose, salmonelose (bactéria Salmonella presente nas fezes, que contamina carne e ovos, causando intoxicação alimentar com diarreia, vômitos, febre). A criptococose é transmitida pela inalação de fungos através da poeira das fezes secas destes animais. Atinge o pulmão, o sistema nervoso central, com infecções pulmonares e determinadas formas de meningite.



Pombos no telhado em Lassance, as frestas foram fechadas


É possível afastá-los, promovendo a sua migração para ambientes naturais adequados:

- Não deixar restos de alimentos mal acondicionados; farelos, rações, cereais.
- Não alimentar os pombos.
- Fechar os vãos dos telhados, forros, frestas.
- Retirar ninhos e limpar as fezes com desinfetantes.


Embora tenham uma aparência mansa e muitos os associarem à paz e a beleza das cidades, os pombos urbanos representam riscos para a saúde pública. Na verdade não possuem nada de atrativos se considerarmos que são reservatórios naturais assintomáticos de inúmeros microrganismos. Ações educativas devem ocorrer direcionadas à população de um modo geral, no sentido de prestar esclarecimentos sobre a real situação destas aves entre ruas e casas.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Pau d'arco, o Ipê da mata.

                                                                                                                                                              Nos meses de agosto a novembro, variando de acordo com o clima e região, ocorre a floração desta bela espécie; Tabebuia serratifolia. A árvore é conhecida como pau d'arco, ipê da mata, ipê do cerrado,entre outras denominações.  O pau d'arco destas imagens foi fotografado em uma mata ciliar,
onde é encontrado com frequência.                                                                                                                                                                                                                              .
  


      



Entre novembro e dezembro as suas flores dão origem a vagens esverdeadas contendo em seu interior as sementes. Em um período curto de tempo estas estruturas secam e são liberadas. Elas são aladas, ou seja, são envolvidas por películas que as tornam facilmente transportadas pelo vento. 







O pau d'arco possui uma casca grossa e pode atingir uma altura média de 20 metros. Sua madeira é muito resistente e durável, motivo pelo qual foi sendo derrubado ao longo dos anos. 





A sua semente pode ser cultivada na produção de mudas. Para este fim as vagens devem ser secas. Retiradas as sementes, elas serão plantadas em sacos apropriados preenchidos com terra que misture argila, areia e humus. A germinação ocorre em duas ou três semanas. Em três ou quatro meses as mudas já podem ser transplantadas.













Imagens e texto: Cláudio Gontijo

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

A natureza cobra












A natureza cobra o que lhe é devido. Cobra a cobertura vegetal, a calha natural dos cursos d'água, o espaços de solo retirados indevidamente, a qualidade do ar atmosférico. Mas não cobra de forma rápida, cobra em longas prestações.

sábado, 25 de janeiro de 2020

As chuvas, os alagamentos.











O homem alterou além do que poderia. A grande expansão industrial na Europa, America do Norte e Ásia, o aumento substancial da frota de veículos no planeta, lançou na atmosfera volumes cada vez mais crescentes de gases. Emissões danosas que modificaram o cinturão natural protetor da terra. Estes buracos expuseram o planeta à maior radiação solar, alteraram a temperatura dos oceanos; um dos fatores mais importantes para toda a mudança climática ocorrida. Os principais países industrializados, os mais ricos economicamente, descumpriram os tratados de controle desta emissão de gases. A conta foi feita e terá que ser paga. O desequilíbrio  global não cobra de forma instantânea, cobra em prestações.

O anormal fenômeno de aquecimento e as alterações nas temperaturas dos oceanos compõem o descontrole climático. Nevascas extensas, alagamentos, incêndios florestais, derretimento das calotas de gelo polares.

O Brasil também errou e sofre estas consequências. A vegetação foi arrancada para os plantios agrícolas em larga escala, para a pecuária e a exploração da madeira. Extensas áreas da floresta amazônica foram dizimadas na prática deste comércio madeireiro e projetos agropecuários. Estima-se que 20% deste bioma já foi destruído.

Hoje restam cerca de 7% de vegetação da Mata Atlântica, esta cobertura vegetal já ocorreu em mais de 30% do território brasileiro.

O cerrado é o segundo bioma da vegetação brasileira. Embora a sua destruição tenha diminuído nos últimos anos, estima-se que quase metade da sua estrutura foi destruída. O plantio de soja e milho, a pecuária, executados por grandes empresas com técnicas e maquinários avançados, foram os principais fatores da sua destruição. Parte do seu corte sistemático ao longo dos anos para a produção de carvão vegetal, alimentando as siderurgias, foi praticado pelos menores proprietários de terra. 

O país hoje possui menor cobertura vegetal, menor evaporação, clima mais quente e desordenado. E sofre por estes dias com as tempestades no sudeste. Grandes massas de ar  úmidas saem da amazônia e cruzam o país. Frentes de ar frio chegam ao sudeste advindas da Antártica. São grandes zonas de convergência (fusão, união). Grande parte destas alterações tem origem também na modificação das brisas marítimas. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) realiza pesquisas e prevê que nos próximos 60 anos estas chuvas extensas e seus alagamentos irão continuar, em um grande ciclo.

O problema brasileiro conta também com o aumento populacional e ocupação desordenada das cidades, com a falta de um plano diretor que organize este crescimento. Casas construídas nas elevações, cortes extensos em áreas com restos de vegetação nas encostas e morros. Córregos, rios, assoreados pelos sedimentos de terra que se soltam, ou canalizados, não escoam o maior volume de água. O excesso de lixo depositado nas ruas entopem os bueiros que drenariam grandes áreas impermeabilizadas pela pavimentação.

O futuro está ancorado na reversão de boa parte desta realidade. No controle da emissão de gases em tratados mais rígidos, no reflorestamento sistemático. E a maior de todas as ações; a educação ambiental que formará gerações mais críticas. Gerações que vão se alimentando não só do ensino nas salas de aula, mas da visão cruel de todas estas catástrofes. Novas gerações mais preparadas, conscientizadas, para as alterações de todo um contexto equivocado. Jovens que serão capazes de construir de forma sustentável, de forma a respeitar o curso normal do grande bioma terrestre.

sábado, 21 de dezembro de 2019

Amor é proteção










O mal não pode apertar um gatilho, não é capaz de mover uma tecla cibernética para roubar, não pode conduzir os nossos braços e a pronúncia das palavras para agredir. O mal só pode iludir, desequilibrar, na fragilidade. Ele só ronda a nossa mente, nunca a alma, nunca a nossa natureza Divina. É experimentando o amor Daquele que tudo cria, que nos livramos de todo o mal. É servindo que nos é concedida a proteção. Que nunca nos esqueçamos desta realidade: o Pai não admite que nos afastemos do seu amor, porque ele deseja que tenhamos vida. Somente vida.











Imagem e texto: Cláudio Gontijo

Sentir o amor do Pai














O amor do Criador por nós é imensurável. Não podemos medir. Mas podemos senti-lo. 

O que necessitamos saber é que o Criador não admite a possibilidade de deixarmos de experimentar este amor. Por Ele, pela sua vontade, o amor não pode ser ignorado por nós; não pode ser esquecido. Ele deseja que, ao experimentarmos este sentimento, possamos chegar ao equilíbrio em nossas tribulações e vitórias. Nos momentos em que carregamos a Cruz, e, se a Cruz enorme for, esta experiência amorosa pode nós conceder a força, a força sem limites. 

Nós nos deixamos iluminar quando buscamos em toda a Criação a experiência do amor do Pai, quando vamos adquirindo a certeza de que ele nutre este sentimento por nós. Sob esta experiência não abandonamos a verdade, não nos apegamos ao que é ilusório, ao que não nos faz falta.

Quando reclamamos, quando deixamos de ser gratos, nós deixamos de sentir o quanto Ele nos ama. Sem essa experiência nos tornamos vulneráveis, frágeis, influenciáveis. Murmurar é colocar uma certa obscuridade entre nós e o acolhimento Divino. 

A gratidão nos coloca em mansidão, sinal maior do Bem. Experimentando os cuidados do Criador, experimentamos a mansidão da paz.













Imagem e texto: Cláudio Gontijo

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Livres












Transportamos pesados fardos,
fardos de papel e pedras.
Seu peso nem sempre era de todo conhecido,
difícil de ser esquecido,
mas nunca dividido, e sempre vivido.
Fardos que encontramos na calada da noite, insones,
fardos que criamos aos tropeções, em ruas de pensamentos incômodos.
E fomos desenhando a sua forma, e fomos aumentando o seu volume.
Fardos de horas impróprias,
que precisávamos carregar, cargas ilusórias.
Fardos de intolerância.
Mas, um dia, por acaso ou pelo tempo,
fomos, assim, libertos.
Mais leves, abertos,
foi quando deitamos os fardos em terra.
Terra que faz germinar, até mesmo o que purifica, o que modifica.
Lavou-se dúvidas, medos. Passaram os anos.
E agora, moldados, afortunados, em ombros preparados,
poderíamos até procurar novas cargas, novos entraves, fechaduras e chaves.
Mas não quisemos abrir.
Optamos por rir,
da nossa relutância,
sem qualquer importância,
para a paz que escolhemos possuir.






"Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve". Mt 11:30

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Véu Negro

A incerteza é sim, como um véu negro. Foi a dúvida que me levou a estas palavras, já postadas aqui.










Quando o véu negro cai sobre o nosso olhar,
e nem sabemos,
se vamos experimentar a chuva,
ou ter a grama sob nossos pés,
ou se poderemos continuar,
iremos rir de nós mesmos,
da jornada confusa,
difusa,
quando parecemos pequeninos,
meninos,
no meio do caminho.


E então,

saberemos da sede,
que nem notamos,
e que carregamos,
quando vivemos,
abraçamos,
tocamos.

Respiramos.
Ávidos,
na busca que construímos,
sem bússola

sem fim,
pela  vasta,
bela,

existência,
assim.