Transportamos pesados fardos,
fardos de papel e pedras.
Seu peso nem sempre era de todo conhecido,
difícil de ser esquecido,
mas nunca dividido, e sempre vivido.
Fardos que encontramos na calada da noite, insones,
fardos que criamos aos tropeções, em ruas de pensamentos incômodos.
E fomos desenhando a sua forma, e fomos aumentando o seu volume.
Fardos de horas impróprias,
que precisávamos carregar, cargas ilusórias.
Fardos de intolerância.
Mas, um dia, por acaso ou pelo tempo,
fomos, assim, libertos.
Mais leves, abertos,
foi quando deitamos os fardos em terra.
Terra que faz germinar, até mesmo o que purifica, o que modifica.
Lavou-se dúvidas, medos. Passaram os anos.
E agora, moldados, afortunados, em ombros preparados,
poderíamos até procurar novas cargas, novos entraves, fechaduras e chaves.
Mas não quisemos abrir.
Optamos por rir,
da nossa relutância,
sem qualquer importância,
para a paz que escolhemos possuir.
"Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve". Mt 11:30
Nenhum comentário:
Postar um comentário