Imagens: Garça-branca-grande (Ardea alba), Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus)/Cláudio Gontijo

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Bagagem





O que levamos conosco em nossa jornada?  A preocupação com o nosso corpo físico? Nossos apetrechos materiais tecnológicos de utilidade duvidosa?  A necessidade de sermos o centro de qualquer evento, de sermos notados, de sermos reverenciados? A necessidade de que nossas idéias, mesmo aquelas que brotam da insensatez, sejam aceitas? Deixamos de lado a indiferença? Transportamos verdadeiramente a caridade?

Nossa presença, quando é inoportuna e desumana, não acrescenta. Não seremos capazes de nos fazer escutar se não tivermos a postura de ouvir com atenção. Não somos imprescindíveis, insubstituíveis. 

Ainda que nosso egoísmo e vaidade nos levem ao profundo vazio, teremos que ser portadores de qualquer boa notícia; pela grandeza do que recebemos todos os dias.  Em determinado momento de nossa existência iremos nos deparar com a necessidade de seguirmos mais leves, menos ansiosos, menos apreensivos e constrangidos. 

As multidões que se encontram à margem do tempo, esfoladas pelo abandono, desejam tocar o Sagrado que existe em nós. Desejam ser reconhecidas e acolhidas como seres da Criação.

Muitos necessitam de nós. Necessitam do nosso melhor abraço, da palavra  que reanima, do amor acessível.  Não desejam nossas máscaras, desejam nosso olhar cheio de alegria. Não desejam os nossos ásperos objetos, desejam o que guardamos de melhor.



"Não levem nem ouro, nem prata, nem cobre em seus cintos; não levem nenhum saco de viagem, nem túnica extra, nem sandálias, nem bordão; pois o trabalhador é digno do seu sustento". Mateus capítulo 10, versículos 9 e 10.

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