Se não queres sofrer não ame.
Porém, se não amas, para que queres viver.
Este pequeno ser vivo com cerca de 6 a 7 cm de comprimento ocorre em variadas regiões do Brasil, do estado de Pernambuco ao Rio Grande do Sul. Habitando áreas da mata atlântica, bordas de matas ciliares, florestas tropicais úmidas, geralmente com arvores situadas nas proximidades de várzeas, lagoas, córregos e rios. Estes anfíbios se reproduzem nos períodos de estação chuvosa, geralmente nas margens da água, até mesmo em poças menores.
São indivíduos que se adaptam bem ao ambiente doméstico movimentando-se mais à noite, quando deixam os esconderijos utilizados durante o dia. Os insetos atraídos pelo luz, sobretudo em casas localizadas em áreas muito arborizadas, com vegetação abundante, lhes servem de alimento. São besouros, grilos, pequenos gafanhotos, baratas, louva-a-deus.
O anfíbio busca insetos que são atraídos pelas luzes externas da casa (Imagens: Cláudio Gontijo)
O corpo destes anfíbios apresenta grande número de glândulas produtoras de secreções protetoras da sua epiderme. Esta secreção, de aspecto leitoso, é também utilizada para captura de alimento e para sua defesa; é formada por um líquido viscoso, pegajoso, muitas vezes fétido e até mesmo tóxico.
Nestes últimos meses, no norte de Minas, muitos gafanhotos tem atacado diversos tipos de plantações numa região próxima à mata ciliar (plantios de mandioca, mamão, cítricos, plantas ornamentais), O aparecimento desta espécie pode contribuir para o controle ou a diminuição desta população de orthópteros (gafanhotos).
O mamão é um fruto de grande valor nutritivo. Alguns dos seus benefícios são:
- Apresenta grande teor de proteínas (função plástica e energética) e fibras. As fibras agem como bons reguladores do funcionamento intestinal.
- Possui enzimas que auxiliam no metabolismo do colesterol, atuando como substâncias importantes na redução do LDL (colesterol ruim, cujo acúmulo nas artérias pode ser causa de problemas cardiovasculares).
- É rico em betacaroteno (precursor da vitamina A).
- Suas sementes também podem ser consumidas. Possuem boa quantidade de fibras, são ricas em vitaminas A e C, e minerais como potássio, magnésio, cálcio.
O cultivo do mamão formosa é relativamente simples e possui bom rendimento. Seu frutos atingem em média 1 a 2 kg. Desenvolve-se bem em solos arenosos-argilosos, com boa drenagem. Necessita de aproximadamente 4 a 6 horas de luz solar.
Pode-se depositar as sementes diretamente no solo (em covas de aproximadamente 20x15 cm, ou cultivar as mudas em pequenos sacos plásticos adquiridos em casas de produtos agropecuários, assim como as suas sementes. As sementes germinam em 15 dias. As mudas devem transplantadas ao atingirem tamanho de 15/20 cm. Para o plantio doméstico do mamão deve-se manter uma distância de 2,5 metros entre uma planta e outra.
Mamão formosa com aproximados 1,5 kg de peso (Imagens: Cláudio Gontijo)
A sua vida produtiva é de cerca de três a cinco anos. Em três a quatro meses após o plantio ocorrerá a floração. Os frutos estarão formados em um período de 12 a 15 semanas.
Hoje pude observar os seus movimentos.
Haviam passos que caminhavam até sem cuidado.
Rápidos, resolvidos.
Às pressas, quase sempre às pressas.
É que o seu cuidar não se limita.
É mistério, é vasto.
Mãe.
Em memórias fragmentadas,
e agora junto a estas frustradas linhas,
tentei novamente, hoje, aproximar-me do seu zelo,
do seus sentimentos.
É bom tentar sempre.
Porque são muitos os que desejam experimentar, entender a sua ternura,
que deixa os desejos próprios.
Parece ir se purificando com o passar das horas.
E plena, como certamente deve ser,
volta-se em todo o tempo para aquele que, ao se criar em vosso ventre,
em vosso coração,
torna-se a maior parte da sua existência.
Não pude limitar o seu acolhimento.
É sobrenatural.
Não se apalpa.
Vejo mesmo é que doa tudo de si sem qualquer estanque,
sem desejo de troca,
em amor sem igual.
Amor que não é vaidoso,
que não desanda.
Amor que não reclama,
não se aflige.
Amor que é vida,
como a vida quer.
Como a vida vai mesmo ser.
Curiango-comum ou bacurau, como são conhecidos, são aves de hábitos noturnos que vivem nas bordas das matas, matas ciliares dos rios, no cerrado, em campos modificados para o cultivo. Vivem em uma ampla área que vai desde a América Central até o norte da Argentina.
Durante o dia eles preferem a vegetação mais fechada onde costumam ficar praticamente imóveis e camuflados entre as folhas. Quando a noite vai se aproximando eles pousam em áreas mais abertas à procura de alimento. Embora permaneçam boa parte do tempo no solo, são voadores de grande habilidade devido às suas asas vigorosas. Capturam grande quantidade de insetos ao pousar ou durante o voo ao abrir largamente o bico (besouros, mariposas, formigas, gafanhotos). Costumam ser vistos mais facilmente nas estradas à noite, voando de um ponto ao outro quando são incomodados.
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O pássaro no chão, camuflado, como é seu hábito. |
O seu ninho também é feito no chão, sem muitos ramos. Em uma meia tigela no solo depositam em média 1 ou 2 ovos que vão eclodir em 3 semanas. Os filhotes permanecerão mais 3 semanas no ninho. Durante este período são alimentados pelo macho (que também se reveza com a fêmea chocando os ovos). Os filhotes vão se arriscando a voos ocasionais e, quando retornam ao ninho, pelo aprendizado, permanecem imóveis e camuflados, protegendo-se dos predadores.
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O ninho com dois ovos, no chão. |
O canto do Curiango é característico. Pode ser ouvido com mais frequência nos períodos mais quentes do ano, onde a disponibilidade de alimento é maior. Muitos apreciam o som deste canto em meio às noites do sertão, onde são ouvidos em vários pontos. Algumas lendas costumam envolvê-lo.
Os filhotes da coruja buraqueira ou coruja do campo vão sendo observados com maior frequência de acordo com o volume de reprodução destas aves. A população desta espécie tem aumentado em várias regiões do cerrado. No norte de Minas o volume de chuvas diminuiu nos últimos anos e houve aumento das áreas degradadas (desmatamento) prejudicando a vida de alguns dos predadores desta espécie como gaviões e determinados tipos de serpentes. Por outro lado a alimentação destas corujas é muito variada. Estes são alguns dos motivos que explicam o aumento destas populações.
Os filhotes vão adquirindo a agilidade das aves de rapina (carnívoras) após permanecerem cerca de 30 dias nas tocas em que são gerados, onde a espécie coloca os ovos. Após este período já são capazes de caçar a presa para a sua sobrevivência.
o tempo que ainda temos.
Engano nosso.
O tempo é quem pode mesmo nos dar mais vida.
Vida em novas vidas.
Vidas que não pedem velhice e nem juventude.
Pedem por nossas mãos,
um afago.
E transformam,
cheias do que há de bom.
De risos que enchem de vida,
que cicatrizam a ferida.
Mudam de lugar, tudo.
Esquecemos do tempo que nos resta.
A cada hora do dia esse tempo é precioso.
Parece mesmo aumentar o que nem tanto tínhamos.
Ainda temos muito tempo.
Ainda temos vida em nossas vidas.
No Brasil a coruja buraqueira (Athene cunicularia) vive em habitat diversificado como planícies, campos de pastagens, cerrado, nas proximidades das matas ciliares, e adapta-se até mesmo a ambientes urbanos. Possui hábitos diurnos, mas pode se manter ativa em horários noturnos. Apresenta visão e audição muito aguçadas. O seu campo visual pode identificar a imagem de forma tridimensional e é facilitado em função da capacidade que a ave possui de girar a cabeça em um ângulo de até 270 graus.
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A coruja buraqueira no interior de uma varanda em região rural. Imagem: Cláudio Gontijo |
Alimentam-se de forma muito variada, são insetívoras e carnívoras. De acordo com a disponibilidade ingerem principalmente besouros, gafanhotos e grilos. Como alimentação carnívora comem pequenos roedores, aves de menor porte, lagartos, cobras.
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A fêmea possui tamanho um pouco menor do que o macho e tonalidade mais clara de penas. Imagem: Cláudio Gontijo |
Abrigam-se em buracos no chão que são capazes de perfurar com o bico e as garras. Utilizam muito os que são cavados pelos tatus a uma profundidades que chega a 3 metros em sentido horizontal. O fundo costuma ser forrado por ramos e esterco. O cheiro do esterco atrai muitos dos insetos usados na alimentação, como os besouros.
Nestas tocas realizam a reprodução. A fêmea vai botando os ovos ao longo dos dias. A postura finaliza com cerca de 8 a 10 ovos, em média, que eclodem após 30 dias. O filhotes vão sendo alimentados geralmente pelo macho, que também na maior parte do tempo realiza a guarda da moradia. Após mais 4 semanas adquirem uma certa autonomia e já podem deixar o ninho. O casal adulto realiza a proteção do ninho com muita destreza e costuma atacar animais que se aproximam, até mesmo o homem, realizando voos rasantes e investindo na direção do invasor.
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A coruja em hábito noturno. Imagem: Cláudio Gontijo |