Imagens: Garça-branca-grande (Ardea alba), Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus)/Cláudio Gontijo

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Coragem






Muitos construíram convicções que julgavam absolutas. Assim  elas foram executadas como um sinônimo de retidão. Tradições, ditos populares, provérbios, preconceitos, heranças, ditames, ritos, costumes, que alentaram e, também, escravizaram.

Mas ao longo de um trajeto imprevisível, ao longo de uma existência que até se apresentou disposta a ferir em ferro e fogo, ao longo de escolhas que mostraram soluções dolorosas, feridas nunca cicatrizadas; inúmeros ideais, propósitos, projetos, foram respeitosamente dispostos em caixas de fundo sem fim.

Homens que não foram compreendidos, não foram aceitos. Que receberam com indiferença as suas idéias. Estes mesmos homens tiveram a coragem para pisar em outras estradas, tiveram a humildade para pensar, e repensar, e foram ajustando-se a uma existência tantas vezes impiedosa. Eles foram sábios o suficiente para enterrar boa parte dos seus erros e guardar somente o necessário. Passaram a viver com aquilo que lhes era indispensável, passaram a dosar suas necessidades fúteis para que fosse possível manusear os momentos de simplicidade.

Estes homens salvaram a sua vida. Puderam receber a graça de uma existência longa. Puderam ter o privilégio de experimentar algo Divino. Foram felizes, tocaram a dignidade, em uma caminhada verdadeira e lícita.

E nem todas as suas velharias foram atiradas ao fogo, algumas delas, foram sim, armazenadas em embalagens grosseiras que nunca são notadas, por não apresentarem qualquer beleza estética. Mas nestes álbuns de referências e antigas imagens, constavam todo um patrimônio vivido. Vivido em momentos ásperos, trabalhosos, onde não faltaram a paciência e a fé.

Ao final, ainda que calejados, ressurgiram para muitas outras jornadas. Aquelas que nunca foram moldadas ou imaginadas pelos absolutos. Aquelas, rejeitadas pela auto suficiência. A principal delas, em um tempo longínquo, foi crucificada pela hipocrisia.

















"...e quem perder a sua vida por amor, acha-la-á".  Mateus 16, 25.














Texto e imagem: Cláudio J Gontijo

2 comentários:

Vania Lucia disse...

Muito bom, muito profundo, muito verdadeiro.
Uma abraço

Cláudio José Gontijo disse...

Obrigado, Vânia. Espero que você possa me ajudar a divulgar estes textos, ou aproveitá-los como reflexão. Sou Cristão, Ministro da Sagrada Comunhão, e desejo executar qualquer forma de evangelização que estiver ao meu alcance, além de informar, por meio de textos e imagens, sobre o meio ambiente.

Um abraço. Cláudio.