Imagens: Garça-branca-grande (Ardea alba), Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus)/Cláudio Gontijo

sábado, 5 de outubro de 2013

As Cigarras

É na primavera que o canto da cigarra chega a incomodar os ouvidos menos tolerantes. Mas há quem aprecie o som emitido simultaneamente por milhares e milhares destes exemplares. Uma sinfonia estridente e de longo alcance. Os machos produzem os sons a partir de membranas que possuem no próprio abdome. Existem duas razões básicas para este canto. Um delas é uma forma que estes machos possuem para atrair a fêmea no processo de acasalamento. Outra é, acreditem, uma maneira de confundir pássaros predadores (impedindo a sua comunicação) em meio ao barulho desnorteante. 


Reprodução

Após o acasalamento a fêmea deposita inúmeros ovos em folhas e troncos de árvores. Ela pode expelir em média 500 a 600 ovos. Os ovos eclodem e sofrem uma metamorfose transformando-se em ninfas. Estes insetos, ainda muito jovens, caem ao solo e o penetram. No seu interior, através de um minúsculo aparelho bucal sugador, alimentam-se da seiva vegetal contida nas raízes das plantas. Existem mais de 1000 espécies destes seres vivos, que permanecerão entre um e... dezessete anos no interior da terra. Quando o tempo de evolução é concluído eles deixam simultaneamente o solo e passam por um processo chamado ecdise, deixando o seu exoesqueleto (carapaça externa) e atingindo a fase adulta, a maturidade sexual. 


Ovos de cigarra presos à vegetação. Imagem: Dreamstime.com

A carapaça  é um esqueleto externo denominado exúvia. Imagem: infoescola






O Inseto adulto viverá, dependendo da espécie, um período variável de uma a três semanas. Realizado o acasalamento, macho e fêmea morrem. Os ovos darão origem às ninfas que penetrarão novamente o solo, reiniciando o ciclo.





A forma adulta. Seus apêndices (patas) possuem "ganchos" que se prendem nos troncos. Imagem web






O canto da cigarra, que pode atingir vários decibéis de volume sonoro,  não incomoda o seu emissor. No corpo do inseto existe um par de membranas (parecidas com tímpanos) que se fecham durante o som estridente. 

A espécie denominada Carineta fasciculata é muito comum no Brasil. Seu ciclo evolutivo no interior do solo dura entre um e dois anos. Estas cigarras podem agir como pragas atacando plantações agrícolas, sugando a seiva destas plantas e reduzindo a produção. Sem os predadores naturais da cigarra (várias espécies de pássaros) o controle das populações fica difícil e pode ser necessário a aplicação de inseticidas.






4 comentários:

Dear Diary disse...

Engraçado , quando criança ouvia o cantar de cigarras e sabiamos que era tempo de chuva . ficava a imaginar porque cantavam tanto tempo sem parar , Hoje com o concreto a dominar toda a cidade , esta cada vez mais dificil de ouvi-las . Sempre gostei , gosto da natureza ... Ela faz parte de minha vida ,da minha alma , acho que é por isso que gosto tanto do seu blog . ABÇ amigo verde

Cláudio José Gontijo disse...

O canto da cigarra é para nós, sinfonia. O concreto impede que as ninfas retornem ao solo. Mas felizmente ainda podemos escutá-las. Um grande abraço. Obrigado por sua visita.

Esther Vaz disse...

Eu não disse que ia ver seu blog... estou adorando. Como já disse amo a natureza, ela nos faz sentir mais perto de Deus, fico com a alma lavada quando fico sozinha escutando o canto dos pássaros, as cigarras no verão, felizmente ainda moro onde posso ter toda essa beleza. Há lugares no Rio de Janeiro onde até pouco tempo haviam casas e podíamos ver os micos, aves de tantas espécies, infelizmente com a construção de vários condomínios de aparatamentos, onde a maioria das árvores são derrubadas por grandes construtoras, já não se vê mais isso, lamentável. O homem até pode construir mas sempre respeitando a natureza, vou continuar lendo, parabéns!

Cláudio José Gontijo disse...

Esther
Infelizmente a construção civil avança até mesmo aqui no sertão (margem dos rios, cachoeiras). Mas seguimos com nosso amor pela natureza. Não é mesmo? Obrigado pela visita. Felicidade e paz em sua jornada. Bjo.