Quando o sono vem lá,
distante,
relutante,
coloco-me junto aos outros,
tantos outros, em pedidos de oração.
Vou visualizando um e todos.
Desaparece a prece,
adormeço.
Acordo, continuo,
adormeço.
Nas diversas e múltiplas vezes em que de mim esqueço,
devo mesmo acalentar aqueles que, há tempos,
esqueceram-se de si mesmos.
E, assim, vou embalando.
E permaneço.
Nada me é absoluto,
é mistério, é vago.
Como o sono que vem e vai,
vai e vem.
Como um balanço,
bem suspenço,
livre,
sem tropeço.