Imagens,
pardas imagens,
felizes paragens.
E estes,
que nem veremos,
que nunca tivemos;
hoje nos acalentam,
teimosos que somos.
Ainda que por uma ponta do tempo,
uma migalha nas horas,
ninguém nos fará entrar de novo por estes trilhos,
por aqueles suspiros e risos.
É quase certo que os queríamos eternos,
ternos,
por dias e dias,
fraternos.
Mas agora muitos nem se importam.
Os rostos pareciam mais limpos, e, hoje,
nem os querem mais.
Nunca os viram, nunca naquele tempo sorriram.
Dançávamos nestes acordes que até podemos reproduzir,
mas ninguém se lembra deles.
Eletrônicos recursos,
mostram agora com mais nitidez;
o simples e o simplório.
E hoje, polidamente, dispensamos,
quando machuca o que pensamos.
Mas esta distância é o que gostaríamos de encurtar,
foi feita mesmo no papel de brilho fosco,
em fotografias pardas,
espalhadas pelo forro de pano tosco,
comuns, misturadas no armário.
E, hoje, como não podemos explicar,
só precisamos vivê-las de novo.
Ao Xará.