Imagens: Garça-branca-grande (Ardea alba), Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus)/Cláudio Gontijo

domingo, 25 de outubro de 2015

Farinha-seca, uma bela espécie do sertão.

Há 13 anos atrás, quando adquirimos uma pequena porção de terras iniciadas à margem do Rio das Velhas, notava-se uma área de aproximadamente 12 mil metros quadrados, logo à frente da casa. Esta parte do terreno era utilizada para o plantio de milho. Uma área degradada pela prática de agricultura familiar, rudimentar, sem rotatividade de culturas que pudessem tornar a terra renovada em nutrientes.

A vegetação nativa deste local passou a crescer naturalmente e não foi utilizada para qualquer prática agrícola. Os trabalhadores rurais diaristas a roçavam periodicamente e foram orientados para que não cortassem as espécies de maior porte. Aos poucos foram surgindo, entre outras, as formas, ainda arbustivas, de uma espécie denominada Albizia niopoides, conhecida popularmente como Farinha-seca, natural deste ecossistema.




A área de cultivo transformou-se aos poucos (vegetação em período chuvoso). Imagem: Cláudio Gontijo/Lassance-MG






Esta espécie é pioneira, ou seja, origina-se ocupando áreas pobres em vegetação e em solos desgastados. Ela é comum no Centro-oeste, Sudeste (Minas e São Paulo) e norte do Estado do Paraná. Possui troncos de cor parda, escamosa, com copa pouco frondosa, mas que pode atingir altura de até 20 metros. As suas flores são esbranquiçadas, de tamanho reduzido, dispostas em várias inflorescências globosas que surgem, com os frutos, entre os meses de setembro a novembro. Os frutos são vagens que secam dispersando inúmeras e diminutas sementes de cor escura.




Flores esbranquiçadas da espécie. Imagem: ibflorestas.org.br








Vagens (frutos) secas e as sementes da Farinha-seca. Imagem: web






Aos poucos uma parte desta área foi transformando-se em uma pequena capoeira com várias espécies destas árvores, principalmente. Após cerca de 12 anos aqueles arbustos deram origem a árvores de porte considerável. Acabaram por transformar aquela área de cultivo em um bosque de razoável beleza ornamental.





A espécie nativa em período de chuvas. Imagem: Cláudio Gontijo/Lassance-MG













As Albizias (farinha-seca) já formando um pequeno bosque em período de estiagem. Imagem: Cláudio Gontijo/Lassance-MG




Esta espécie pioneira está ameaçada de extinção, suas flores de aspecto circular com os numerosos estames de cor branca, atraem insetos que promovem a polinização.

Outro detalhe interessante é que a espécie possui uma casca rica em substâncias de poder medicinal popular, usadas como adstringentes e depurativos.




A vegetação nativa em um período de estiagem maior. Imagem; Cláudio Gontijo/Lassance-MG







Uma parte da antiga área de cultivo, em propriedade anexa, e as árvores nativas à direita. Imagem; Cláudio Gontijo























sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Caminho de Deus







Não moldaremos a Fé em uma prática religiosa ritualística e estéril. A Fé nasce da relação íntima com Deus, alimentando-se da caridade, da humildade e da comunhão.

Humildes, adquirimos a certeza de que não somos os únicos escolhidos. Não nos revestiremos de uma armadura que nós fornece a sensação de predileção, porque somos ou fomos virtuosos. Em meio à caridade constataremos que a Misericórdia de Deus é compartilhada por todos. Todos seremos alimentados, chamados a estar próximos do Criador, em Comunhão.

O caminho que conduz à Fé é trabalhoso. Ao longo desta jornada seremos convidados a fazer escolhas que abdicam do egoísmo e da indiferença. A estrada é longa, muito longa, muitas vezes árida, e nos apresenta obstáculos que vão sendo amenizados  na medida em que avançamos para a mansidão e para o amor incondicional.

Durante esta busca abençoada muitos sentimentos purificarão a nossa alma, realçando a nossa procura, tornando-a Sagrada.




Texto e imagem: Cláudio Gontijo