Imagens: Garça-branca-grande (Ardea alba), Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus)/Cláudio Gontijo

domingo, 29 de março de 2015

O difícil caminho da caridade

Não é fácil renunciar ao que nos dá prazer, ainda que momentâneo. Em uma vida onde buscamos equilíbrio é possível compreender a importância de bens materiais que são facilitadores. Mas é necessário a reflexão sobre esta materialidade. Ela pode nos impulsionar a uma vida de excessos, para adquirirmos aquilo que nem sempre nos é essencial.

De quantos pares de sapatos realmente necessitamos ?  O que acumulamos nos torna pessoas realmente melhores ou nos deixa melhores aos olhos dos outros ? Se nos preocupamos, grande parte do tempo, com as últimas palavras desta segunda questão, poderemos direcionar as nossas escolhas para o que é ilusório e passageiro. Optar por uma vida mais simples, com mais caridade e solidariedade, não nos tornará fracos, desinteressantes, pouco competitivos.




A simplicidade nos convida à reflexão. 





O convite de Cristo é para a partilha. Ele não nos quer diminuídos, acuados, envergonhados, mas, sim, prontos para a alegria de uma vida, verdadeiramente, em comum. E só poderemos exercer esse Dom Divino, se renunciarmos ao que nos distancia desta proposta. Cristo nos quer mais próximos uns dos outros, em momentos de entrega espiritual e humildade. 

Jesus nos mostra este contexto ao longo de sua trajetória como homem, aqui na terra. Ele esteve, sinceramente, com todos os pecadores, mostrou-nos a ausência de preconceito, a piedade sem limites. Mostrou que o perdão é difícil quando não nos abstemos de nós mesmos, que é difícil perdoar quando não amamos. E, ainda hoje, como Deus Vivo, Jesus pode renunciar, quando é misericordioso. 


"Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la". Mateus 16,24-28


Este ensinamento de Jesus é magistral. Faça uma oração, em silêncio, e dedique alguns minutos da sua jornada a este chamado. 








Texto e imagem: Cláudio Gontijo

sexta-feira, 20 de março de 2015

José













Ao se deparar com o fato de que sua prometida esposa trazia no ventre uma semente de vida, José recolheu-se em silêncio. O silêncio daquele que visualizava algo milagroso e divino mas, como homem comum, também era tocado pela dúvida. Ele pode ter julgado ser indigno da Graça que não foi capaz de delimitar. Ao silenciar seu coração humano, José recebeu um afago sobrenatural e Divino de um Anjo.

A paciência e justiça daquele homem deu a ele a herança maior. A vida. A salvação. A plenitude em meio ao equilíbrio e a prudência.

Com o sacrifício, a humildade e a perseverança, José se fez Pai. Propiciou o alimento e se fez alimento, acolhendo, tornando-se parte da Sagrada Criação, da Sagrada Família. 

A vida humana de José terminou antes que ele presenciasse a Crucificação de Cristo Jesus. Mas certamente ele, pela Fé, silenciaria-se diante da cruz; a exemplo de Maria.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Buganvilias, Cores e Brácteas

Quem gosta de plantas ou é um observador curioso, já notou vegetais de jardim que durante quase todo o ano deixam à mostra ramalhetes coloridos de flores. Brancas, vermelhas, róseas, amarelas; os cachos parecem não economizar nas pétalas múltiplas.




As brácteas róseas de uma buganvilia quase arbórea que eduquei durante anos. Imagem: Cláudio Gontijo/Lassance-MG





Mas é preciso informar que as pétalas não são pétalas. A Bougainvillea spectabilis  ou Bougainvillea sp é uma planta trepadeira, de porte arbustivo e menos arbóreo. Alguns tipos de vegetais, atendo-se às plantas de jardim, para os amantes (que devem ser os leitores mais indagativos), desenvolvem folhas modificadas cuja função é dar sustentação e receptáculo às flores verdadeiras. Estas inflorescências costumam ser, geralmente, de tamanho reduzido e surgem tímidas em meio ao colorido das brácteas; é este o nome. O que parece uma flor generosa que estampa cores várias vezes ao ano, é uma folha modificada, é uma bráctea. As plantas Bico-de-papagaio (Euphorbia pulcherrima), Camarão-amarelo (Pachystasys lutea), Mussaenda-rósea (Mussaenda alicia) são exemplos comuns de brácteas.



Brácteas de variadas cores e as pequeninas flores. Imagem: Cláudio Gontijo/Lassance-MG



















As Buganvilias ou Primaveras como são mais conhecidas, originam-se no clima tropical da América do Sul. Gostam, portanto, de temperaturas mais altas e de muita exposição ao sol. Apesar das suas brácteas exporem-se durante quase todo o ano, é no período chuvoso que elas ficam mais reduzidas e tímidas. A floração destas espécies é comum no período da estiagem, ou seja, de junho a setembro. 

Quem quiser cultivá-las fique atento a estas dicas:
- plante-as (mudas em estacas) em locais que recebam muita luz solar.
- evite o excesso de água em suas raízes, que pode apodrecê-las tornando a planta fraca e com poucas brácteas.
- utilize os adubos orgânicos (cuidado com o excesso) e os químicos ricos em fosfatos (estes fomentam a germinação das folhas, brácteas e flores).
- promova podas regulares para educá-las, geralmente com maior frequência na primavera.