Imagens: Garça-branca-grande (Ardea alba), Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus)/Cláudio Gontijo

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Arapaçu-do-cerrado

É comum vê-lo escalar um tronco de árvore, revolvendo a casca à procura de larvas e insetos. Após atingir certa altura ele dá um salto voa novamente para baixo e volta a escalar o mesmo tronco ou outros diferentes. O Arapaçu-do-cerrado (Lipidocolaptes angustirostris) possui um bico comprido e ligeiramente curvo. É com ele que pode capturar lagartas, formigas, aranhas e, até mesmo, pequenos anfíbios; quase sempre entre as cascas das árvores.




O Arapaçu escala um tronco à procura de alimento. Imagem: Cláudio Gontijo/Lassance-MG





Durante o verão esta espécie procura buracos em troncos ocos. No seu interior o casal fará seu ninho, revestido de folhas e pequenos gravetos. Dois ovos são depositados e eclodem em cerca de duas semanas. Os filhotes poderão voar, abandonando o ninho em mais três semanas.

O Arapaçu habita várias regiões do Brasil (Nordeste, Centro e Sul), Bolívia, Uruguai, Paraguai; sempre deixando à mostra seu curioso hábito de contornar os troncos, escondendo-se quando é avistado. Ele pode ser, juntamente com outras aves (galinhas, por exemplo), um importante predador de escorpiões, contribuindo para o controle destas populações de aracnídeos em áreas abertas do cerrado e da caatinga.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Solidão

Há alguns anos atrás em um asilo, pude observar com clareza a rotina de alguns idosos. Seus amigos haviam partido, muitos dos seus familiares também. Os que ficaram estavam distantes. Naquela solidão eles queriam a aproximação do outro. O colega de quarto, o vizinho da cama ao lado, da cadeira próxima nas tardes de sol na varanda. Aqueles internos, de uma outra geração, tinham uma tarefa difícil; o outro para eles era um estranho, não sabiam a origem, qual era a família, qual teria sido a ocupação nos tempos de juventude.

Muitos de nós já podemos estar em um asilo psicológico. Talvez já tenhamos encaminhado alguns de nossos amigos, familiares, colegas de trabalho para o mesmo isolamento. O individualismo e o jogo por novas oportunidades faz com que nós banalizemos as aspirações do outro. Quando nos sentimos ameaçados; ignoramos, maldizemos, limitamos, agredimos, afrontamos. Isolamos e nos deixamos isolar. É a solidão que cria o vazio incômodo.

Ao contrário daquela geração com idade avançada, limitada em suas ações, que insistimos em estimular exageradamente sem perceber que eles precisam da paz e do descanso, nós temos mais vigor, capacidade maior de aceitação, menos desconfiança. É possível para nós, sempre, uma retomada. É muito mais difícil para eles. É possível a recusa pelo caminho para os portões do asilo que nós construímos. Para nós e para o outro.




Embora em alguns momentos se fragilize, a natureza não é solitária. Imagem: Cláudio J. Gontijo



Oração

Senhor, afasta-nos do egoísmo que limita a nossa clara visão,
para com nós mesmos e para com aquele que, junto conosco, precisa deixar o isolamento.
Não permita que nos distanciemos de nossa origem de luz,
que nos isolemos dos princípios da boa vontade,
da caridade e da fé.
Que nós tenhamos sempre em mente a necessidade do amor incondicional.


domingo, 2 de fevereiro de 2014

Equilíbrio

A reflexão e a oração são instrumentos fundamentais para a paz e o equilíbrio. Tecnologias dos novos tempos nos dão a falsa impressão de que estamos protegidos e amparados. Esta perspectiva facilita a comunicação e torna a nossa jornada mais funcional, mas não traz harmonia.

Facilidade não é felicidade.

Simplicidade, verdade, amor incondicional, caridade e fé alimentam a nossa espiritualidade. Podemos alcançar a felicidade a partir do outro, da solidariedade e fraternidade; do respeito às aspirações e necessidades vitais de quem caminha conosco.







Oração

Deus de misericórdia e amor,
alimenta a nossa fé,
dá nos coragem e constância,
força para os momentos trabalhosos,
leveza e tolerância.
Faça de nós instrumentos para os seus desígnios,
de nos conceder a vida plena.

Amém.