Imagens: Garça-branca-grande (Ardea alba), Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus)/Cláudio Gontijo

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Passo a Passo

Não há de se ter pressa, 

alterando o passo, 

desarmando o compasso, 

diluindo o abraço. 

Tudo ainda vai florir, 

muitos ainda vão sorrir. 





Não há de se ignorar o vento, 

ainda que não se tenha o alento. 

Se a simplicidade vai adiante, 

não há de se descuidar da fonte, 

a água ainda vai jorrar, 


sementes ainda vão brotar.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Animais Silvestres

Os animais vivem de forma bem adaptada aos locais de seu habitat. Vários fatores destes ecossistemas, bióticos (outros indivíduos vivos) e abióticos (clima, solo, luz solar, água), contribuem para que haja uma perfeita harmonia. Populações diferentes ocupam determinados territórios, outras podem até compartilhar uma mesma área, porém seus hábitos alimentares e reprodutivos não se chocam. Desta maneira uma determinada espécie, adequada ao seu meio e livre da interferência humana, vive de forma harmônica.




O Gambá-comum (Didelphis marsupialis) em seu hábito noturno. Imagem: Cláudio Gontijo/Lassance-MG




Quando espécies de animais silvestres são capturadas e retiradas da natureza, todo o aparato evolutivo formado ao longo de milhões de anos se perde. A relação entre um ser vivo e outro não ocorrerá. O alimento poderá não ser o apropriado. A reprodução, na maioria das vezes, será inexistente. 




O João-de-barro (Furnarius rufus). Imagem: Cláudio Gontijo/Lassance-MG




Embora determinados tipos de mamíferos, aves, répteis,peixes, sejam graciosos e possam despertar a nossa sensibilidade; tocar, afagar, acariciar, quase sempre não é possível. Se insistimos ao tentar comprar determinada espécie, de pessoas ligadas ao tráfico ilegal, se tentamos capturar, estamos submetendo estes seres vivos a um momento de tortura e privação dos seus hábitos naturais. Se avançamos empreendendo uma caça criminosa, cujo objetivo é matar, pelo simples capricho de poder tocar, observar de perto ou, ate mesmo, utilizar como alimento, estamos realizando uma ação ainda mais brutal.

Presos em cativeiros, eles são privados do maior fator para a propagação da espécie, da vida plena; a liberdade. Armazenados de forma inadequada, na maioria das vezes, manejados com pouco conhecimento, eles podem atingir a desnutrição, ficam mais expostos a doenças, atingem momentos de estresse e seu tempo de vida poderá ficar reduzido à metade, ou até muito menos do que isso.




O pequeno Socó (Butorides striatus) à espreita do seu alimento. Imagem: Cláudio Gontijo/Sete Lagoas-MG



Ações humanas voltadas para subtração de espécies silvestres do seu local de sobrevivência natural, também geram exemplos ruins. Alimentam os hábitos de novas gerações de jovens, criam uma cadeia criminosa e perversa. Afinal a beleza de todos estes seres vivos se incorpora ao meio onde vivem e nós somos incapazes de reproduzi-la. 

sábado, 9 de novembro de 2013

Lama no Sertão


Gotas pesadas,
que trazem os brotos,
da terra e da alma.
Súplicas dos terços.
São lágrimas de emoção
sobre a terra quente.






Vivificando as nascentes,
enchendo as cacimbas,
devolvendo a fartura.
Corroendo a amargura
varrendo a descrença,
pela pardaceira,
de todo o sertão.
São enxurradas
de lama e perdão.




segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Lavadeira-Mascarada

É possível observar a Lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta), também conhecida como viuvinha ou noivinha, nas margens barrentas dos rios e córregos, lagoas, brejos e outros locais muito úmidos e lamacentos. Nestas regiões estes pássaros procuram o seu alimento: larvas, insetos, aranhas, pequenos moluscos.



A Lavadeira-mascarada caminhando às margens da Lagoa Paulino, centro de Sete Lagoas-MG - Imagem: Cláudio Gontijo




Não há diferenças significativas entre o macho e a fêmea; o macho possui uma coloração um pouco mais escura na sua região dorsal. Ambos apresentam a coloração branca e preta ao longo das penas. O casal busca estas margens de cursos d'água para fazerem seu ninho. Eles juntam fibras e gravetos apanhados nestas áreas e constroem o ninho nas árvores localizadas, sempre, próximas às matas ciliares. A fêmea pode depositar entre dois e três ovos que irão eclodir em pouco mais de 10 dias. Os filhotes poderão voar em mais três semanas.




A Lavadeira parece se contorcer, também à margem da Lagoa Paulino, Sete Lagoas-MG. Imagem: Cláudio Gontijo





Esta espécie habita as regiões Nordeste, Sudeste e norte da região Sul do Brasil. São pássaros sociáveis que se adaptam até mesmo às margens de represas urbanas e a parques de regiões centrais de cidades maiores. Eles deixam que as pessoas aproximem-se deles, a distâncias bem curtas.